segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Mostra de ciência estimula descoberta e reflexão


Mostra de ciência estimula descoberta e reflexão


É a ciência que nos permite adquirir os conhecimentos que nos ajudarão a resolver os problemas da vida real. Albert Einstein já dizia que “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”. Nesse contexto, de estimular na sociedade, o interesse pela ciência, a qual é capaz de produzir qualidade de vida, é que está sendo realizada a 3ª Mostra de Ciência e Tecnologia da Escola Açaí (MCTEA),  que ocorre até amanhã (21), no município de Igarapé-Miri.
A mostra apresenta diversas produções científicas criada por professores e alunos de escolas públicas e particulares de ensino Fundamental, Médio, Técnico e Superior e de clubes de ciências de vários Estados do Brasil e de outros países, de forma a motivar o surgimento de um trabalho pedagógico contextual e atraente, elevando a qualidade da educação no Brasil.
Paralelo à mostra, acontece o 2º Seminário de Discussão e Orientação de Pesquisa Científica Jovem, onde será realizadas palestras, debates e mesas redonda, com ícones da pesquisa do Brasil e de outros países.
Na ocasião, o Diretor Científico da Fundação Amazônia Paraense, Moacir Macambira, apresentou as ações desenvolvidas e resultados obtidos pela Fundação. Atualmente, a Fundação possui 173 projetos de Inclusão Social, 109 projetos de Crescimento Econômico e 93 de Preservação Ambiental e dos Recursos Naturais.
O evento possibilita um diálogo lúdico, didático e dinâmico com o público, em especial crianças e jovens, valorizando a criatividade, a atitude científica e a tecnológica. “Aproxima a ciência do cotidiano do público estudantil, oferecendo um espaço de descoberta e reflexão por meio de atividades expositivas e interativas” afirma Gilberto Silva Coordenador de Incentivo à Pesquisa da Secretaria Municipal de Igarapé-Miri.
O evento é uma realização da Secretaria Municipal de Educação de Igarapé-Miri, do Movimento Científico Norte Nordeste (MOCINN-PA) e da Secretaria Municipal de Educação de Igarapé-Miri, com o apoio da Fundação Amazônia Paraense. Maiores informações:www.mocinn.net.

APRENDIZADO
As Feiras de ciências constituem-se em recursos riquíssimos para divulgação de ciência na comunidade escolar. Transformam o meio escolar num agradável ambiente instrutivo e mostra que os professores estão trabalhando cada vez mais nessa pedagogia, pois envolve os alunos levando-os a um aproveitamento efetivo do currículo escolar.

Para a coordenadora de um dos projetos da mostra, Vera Rocha, esse aprendizado dialógico no processo de ensino e aprendizagem é fundamental tanto para o professor, quanto para o aluno. “Aprendizado é troca, e o processo é importante para ambos, na medida em que o professor consegue compreender como se dão as dificuldades dos estudantes. É neste momento que o professor deve exercer sua principal função, de orientador do processo de ensino e aprendizagem do aluno, e não a de detentor absoluto do saber”.
A expositora, Natasha Dias, acredita que por meio da mostra pode-se entender o papel da ciência em nossas vidas.  “A ciência, de modo geral, está constantemente na minha vida, em tudo que fazemos no nosso cotidiano, a ciência exerce influência sobre ela, mesmo fora da escola, todos utilizamos dela, até nas tarefas mais simples. E podemos explicar isso, por meio das exposições”.
João Ramos – Ascom Fundação Amazônia Paraense



Crianças cientistas


Uma pesquisa da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) revelou que crianças muito novas pensam como “cientistas”.
Elas “analisam” padrões estatísticos, fazem “experiências” e aprendem observando colegas. O que elas estão aprendendo? A viver.
A principal pesquisadora do estudo, Alison Gopnick, que estuda a aprendizagem e o desenvolvimento infantil, explica que as crianças aprendem sobre o mundo ao seu redor de forma semelhante a que os cientistas conduzem estudos.
Claro que eles não fazem isso conscientemente. Mas também não fazem de forma aleatória.
Os experimentos das crianças são as brincadeiras. A partir desses “experimentos”, elas são capazes de “analisar” probabilidades e fazer inferências causais, além de aprender por observação de terceiros. Experiências mostram que crianças tão novas quanto 2 anos podem inconscientemente captar padrões estatísticos e usar essa informação para resolver problemas.
Por exemplo, em um experimento conduzido por Gopnick, crianças a partir de 2 anos observaram que uma máquina acendia e tocava música quando certos objetos eram colocados sobre ela.
As crianças viram que, quando colocado sobre a máquina, um bloco ativava luzes e música duas a cada três vezes. Um segundo bloco ativava luzes e música duas a cada seis vezes que era colocado na máquina.
Em seguida, os experimentadores pediram que as crianças fizessem a máquina acender suas luzes e tocar música. “Elas viram a máquina ativar duas vezes em ambos os casos, mas se elas estivessem calculando a probabilidade da máquina ativar, deveriam preferir o primeiro bloco, que a ativou duas a cada três vezes”, explica Gopnick. E foi exatamente isso que elas fizeram.
Outras pesquisas indicam que “brincar” é a maneira das crianças “experimentarem”. “No caso do experimento da máquina, as crianças espontaneamente passaram a ‘brincar’ com ela, como se fizessem um monte de experiências que lhes deram as informações de que precisavam para descobrir como o brinquedo funcionava”, argumenta Gopnick.
Outra forma que crianças pequenas têm de aprender é observando as ações dos outros e as suas consequências.

Ensinar x experimentar

Segundo Gopnick, a pesquisa mostra que é importante deixar a criança descobrir certas coisas sozinha quando está crescendo.
Ser ensinado de como fazer alguma coisa tem vantagens tanto para as crianças quanto para os cientistas, mas também tem desvantagens. “Ser ensinado sobre algo, em vez de explorá-lo por conta própria, desencoraja exploração que pode levar a novas conclusões”, diz Gopnick.
Isso significa que, ao invés de fazer os primeiros anos escolares mais acadêmicos, os educadores deveriam expor as crianças a um ambiente mais lúdico, que proporcione experiências em que elas tenham que pensar para chegar a conclusões, sem obter instrução direta.
“Eu acho que esta nova pesquisa mostra que as crianças têm habilidades cognitivas incríveis aos 2, 3 e 4 anos. Elas devem tocar, experimentar, explorar. Se o ambiente pré-escolar for muito acadêmico, mais como escola, nós realmente não estamos incentivando as crianças a fazer o trabalho de profundidade científica e cognitiva que elas são capazes de fazer”, conclui.[LiveScience, NSF, ScienceIllustrated]